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O Sete de Setembro e o Enem: como estudar sobre a Independência do Brasil para a prova

Valentine Herold
Valentine Herold
Publicado em 06/09/2018 às 19:34
"Independência ou Morte", de Pedro Américo
"Independência ou Morte", de Pedro Américo FOTO: "Independência ou Morte", de Pedro Américo

O Sete de Setembro é provavelmente uma das datas mais conhecidas da historiografia nacional, além de ser abundantemente estudada ao longo de toda nossa trajetória escolar. Mas o que de fato é verdade sobre todas as histórias que ouvimos falar em relação à Declaração da Independência? E de que maneira esse assunto pode ser abordado na prova do Enem?

Conversamos com Plínio do Vale, professor de História do colégio Marista São Luis, acerca dos tipos de questões que podem cair tanto no Exame Nacional do Ensino Médio quanto no SSA da UPE sobre o Sete de Setembro e de que forma você pode estudar melhor o tema nessa reta final para as provas.

"A data em si não é cobrada no Enem", afirma Plínio. "O que é cobrado é o processo, a série de acontecimentos históricos que culminam na emancipação do Brasil." Ou seja: não basta saber apenas o dia e de que forma se deu a Declaração, mas sim em quais contextos sociais, econômicos, culturais e políticos o mundo e o Brasil se encontravam para que essa decisão fosse tomada por D. Pedro.

Mitos e fatos

É sempre bom lembrar também os mitos que rondam a data e o maior deles é, com certeza, a história do Grito do Ipiranga. Segundo contam (e também segundo a letra do próprio Hino Nacional e o famoso quadro "Independência ou Morte", de Pedro Américo, que ilustra essa matéria), D. Pedro proclamou a independência brasileira às margens do rio Ipiranga, montado em um cavalo branco. "Essa história é totalmente fictícia e hoje em dia se sabe até que o quadro de Pedro Américo não é original, é uma cópia de uma obra francesa que retrata Napoleão, pintada 13 anos antes", ressalta o professor.

Quadro "Napoleão em Friedland", que inspirou a pintura de Pedro Américo sobre o Grito da Independência

O que esperar então do Enem em relação à data celebrada amanhã? "Na prova, eles contextualizam os fatos que levaram à Independência, então desde o Iluminismo, cujos preceitos eram de liberdade, igualdade e fraternidade, a Revolução Francesa, a independências dos Estados Unidos, como o liberalismo europeu chega à América por meio dos estudantes e também através da Maçonaria."

É muito importante, então, estudar quais ideias revolucionárias pioneiras influenciaram os brasileiros nas décadas que antecederam 1822 e lembrar que nenhum movimento surge de um dia para o outro. Antes mesmo da Independência ser proclamada de fato, ocorreram várias tentativas Brasil afora. "Podemos citar a Inconfidência Mineira, a Revolta dos Alfaiates, por exemplo. Só que essas ficaram no papel, nas tramas. A única que saiu do papel foi a Revolução Pernambucana, em 1817, já que nosso Estado ficou dois meses e meio independente do restante do Brasil", lembra Plínio.

Essa temática da Revolução Pernambucana é, inclusive, bastante provável de ser abordada na prova do SSA 2, já que a UPE costuma incluir questões relacionadas diretamente aos fatos históricos pernambucanos. "O Enem possui um foco maior nas questões sociais e políticas, do contexto, e o seriado da UPE prioriza questões de Pernambuco. Então a dica é o estudante não esquecer de focar nas revoluções de 1817 e 1824, dos fatores que as motivaram e de suas consequências."