A cada ano as histórias parecem se repetir: milhares de estudantes movimentam as ruas próximas aos locais de prova do Enem no Recife e Região Metropolitana, alguns demonstrando tranquilidade, carregando apenas uma garrafa de água e caneta, outros mais ansiosos, respirando fundo, rezando por uma boa prova. Porém, nenhum edição é igual às anteriores, cada candidato carrega consigo sua trajetória de estudos, de luta para conciliar trabalho e preparação acadêmica, seus anseios, suas horas de cursinho, e suas aspirações futuras que poderão - ou não - se concretizar a partir do resultado individual divulgado em janeiro do próximo ano.
Esse era o clima sentido na manhã deste domingo (11) na faculdade Unibra, localizada no bairro da Boa Vista, maior local de prova da capital pernambucana. Somando os dois campi da instituição, são aguardados mais de 10 mil candidatos neste Enem 2018. O público que estava reunido em frente à faculdade na abertura dos portões, às 11h, era bastante heterogêneo, havia muitos estudantes do Ensino Médio, mas também pessoas que, mesmo já atuando no mercado de trabalho, desejam mudar de área e enxergam no Enem esta possibilidade.
Este, por exemplo, é o caso de Érica Ribeiro que, aos 35 anos, está fazendo a prova pela segunda vez para tentar cursar medicina. "Meu curso superior é incompleto, não terminei, e o ano passado resolvi voltar a estudar para tentar medicina. Estou um pouco apreensiva porque tive um ano muito corrido, conciliei o trabalho com as aulas de cursinho. Espero que dê tudo certo!", contou a candidata enquanto almoçava antes de entrar na sala.
Não muito longe do local em que Érica estava sentada percebia-se uma movimentação diferente. Era um grupo formado por integrantes da Igreja Verbo da Vida que se voluntariaram para distribuir água e canetas aos esquecidos e, para quem quisesse, os jovens ainda chamavam para uma oração.
Milena Araújo, que deseja cursar enfermagem ou fisioterapia, gostou da iniciativa do grupo religioso. "Principalmente da oração, a gente precisa! Eu trouxe minha caneta, mas aceitei a deles porque é sempre bom tem uma extra caso dê um problema", conta. "Confesso que não me preparei tanto para a prova de hoje, estava estudando mais para a anterior [das matérias de humanas], mas mesmo assim estou confiante."
Fechamento dos portões
Os portões fecharam ao meio dia, horário local, nos 80 municípios que sediaram os 631 locais de prova em todo o Estado. Na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), o fechamento não foi dos mais tranquilos, pois 3 estudantes se atrasaram e não conseguiram entrar na instituição. Felipe Francatti, de 23 anos, perdeu a prova deste segundo dia de Enem 2018 por alguns segundos e alegou que confundiu o bloco da Unicap em que deveria entrar.
Os estudantes podem começar a sair dos locais de prova a partir das 15h e têm até às 17h30 para responder às questões.
