ENEM

Projeto faz a diferença na preparação para redação do Enem

Valentine Herold
Valentine Herold
Publicado em 18/02/2019 às 14:34
Aluna Beatriz, do GGE, comemora resultado com professores e família FOTO:

As notas de redação do Enem deste ano mostram o tamanho do desafio que as instituições de ensino precisam encarar na preparação de seus alunos: em 2018, mais que dobrou o número de provas com pontuação abaixo de 400 (de 12,1% em 2017 para 32,6% na última edição). Na ponta oposta, apenas 55 textos receberam nota máxima e, das 4,1 milhões de redações corrigidas, foram consideradas ótimas 81 mil (acima de 900 pontos).

Atrair o interesse dos alunos para o estudo de redação nem sempre é fácil e exige esforço extra da equipe pedagógica. Muitas vezes, o segredo está em soluções criativas para o engajamento das turmas. No Colégio GGE, uma ideia tem dado certo por unir orientação técnica, competição saudável e premiação mensal para os melhores resultados. É o RediGGE, um concurso mensal de redações que movimenta a escola e já rende bons frutos nas notas de disciplina no Enem.

“O RediGGE surgiu da necessidade de estimular os jovens a produzir redações e escrever dentro dos critérios estabelecidos pelo maior concurso de nosso País para ingresso nas universidades, que é o Enem”, explica Tayguara Velozo, o gestor pedagógico do Ensino Fundamental 2 e Médio do GGE.

Funciona assim: o concurso mensal de redação determina temas específicos por séries, de acordo com o momento de cada faixa etária. Os alunos recebem o prazo de 15 dias para produzir o material, que será corrigido pela banca de professores da escola. O autor da melhor redação de cada série recebe um vale compras para que o aluno compre um livro de sua escolha. A ideia é que o prêmio seja mais um estimulo à leitura, formando um ciclo virtuoso que vai melhorar ainda mais o desempenho do estudante. Paralelo ao concurso, acontece a Oficina de Redação, que segue durante todo o ano abordando ponto a ponto as características de um bom texto, dentro das regras do Enem, desde as competências exigidas até detalhes estéticos como recuo de parágrafo.

O assunto é redação, mas o impacto pode ser medido pela matemática. “É só fazer as contas. Imagina que um aluno do sexto ano faz uma redação a cada mês, além das provas, além das atividades paradidáticas e atividades em sala de aula. Em um ano, são dez redações das quais ele recebe uma correção personalizada, apontando pontos fortes e pontos fracos de cada um. Quando ele chega no terceiro ano do ensino médio, para fazer o Enem, está muito mais preparado”, avalia Tayguara Velozo.

Aprovada para o curso de medicina entre as primeiras colocações, Beatriz Campos é o retrato desse resultado. Ela tirou nota 980 em redação no Enem e foi vencedora do RediGGE enquanto estudava no GGE. Estar habituada ao formato do teste foi fundamental.

“Quando abri a prova, não senti tanta segurança em relação ao tema. Mas isso não atrapalhou o rendimento pois nunca tentei adivinhar a temática de provas no colégio. É muito importante, para atingir uma nota excelente em redação, estar preparado para qualquer tema. Nunca fui de pesquisar o tema antes das redações que escrevia, justamente para criar o hábito de escrever sobre qualquer assunto com segurança”, lembra a aluna, que aguarda o início dos estudos na faculdade em um projeto humanitário dando aulas a crianças de um campo de refugiados na Itália.

Com a rotina mensal do RediGGE, Beatriz não precisou criar um calendário próprio de estudos para a redação e conseguiu se dedicar à leitura. “Sempre adorei ler e escrever, costumes que foram essenciais para criar uma redação autêntica”.