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Biomedicina: muito além das análises clínicas

Tatiana Notaro
Tatiana Notaro
Publicado em 24/09/2019 às 8:00
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Formada em Biomedicina desde 2015, Camila Alves cursou a graduação no Centro Universitário Tiradentes (Unit), no Recife. Foi quando se deparou com uma profissão vasta, com 35 especializações e um mundo de possibilidades. Incentivada pelos professores, Camila, assim como outros colegas, escolheram a vida acadêmica e, hoje, ela cursa o doutorado em Ciências Farmacêuticas na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Camila é egressa da primeira turma de Biomedicina da Unit, que formou cerca de 30 novos biomédicos.

“Quem está de fora vê o biomédico como um profissional de análise clínica, mas existe uma gama muito maior. Tenho muitos amigos de turma que foram para a área clínica, tem até uma que abriu o próprio laboratório. Temos 35 habilitações dentro do curso, dentre elas a biomedicina estética, patologia, radiologia e análise clínicas, que é mais conhecida, além de  microbiologia, análise ambiental e bromatologia”, diz Camila, citando algumas opções que a Biomedicina oferece.

À frente do curso de Biomedicina da Unit Pernambuco há um ano, a coordenadora Evelyne Solidonio explica que os alunos de Biomedicina são apresentados às possibilidades da profissão desde o primeiro período. “Nosso currículo permite um conhecimento mais aprofundado das habilitações. Em geral, a especialidade mais buscada é a de patologia clínica, mas vejo um grande número de ingressantes interessados em Biomedicina estética”, diz a coordenadora, que depois da graduação em Biomedicina cursou mestrado e doutorado em Tecnologias Energéticas e Nucleares.

Abraçando a docência

Camila decidiu a seguir a docência ainda na graduação, quando foi incentivada pelos professores da Unit a participar de monitorias, projetos de iniciação científica, congressos e a publicar artigos.

Aliás, o primeiro artigo de Camila foi escrito com o professor Carlos Eduardo de Oliveira, coordenador do curso de Radiologia da Unit, que ministrou uma disciplina de Educação Ambiental para a turma de Biomedicina. “O artigo era sobre o papel do biomédico na educação ambiental. Fui gostando dessa área de publicação e participei também da organização dos primeiros eventos da faculdade. Mas foi como monitora da cadeira de microbiologia, por cinco semestres, que acabei me apaixonando pela docência”, relembra Camila.

Da turma de Camila, formada em 2015, cinco alunos seguiram o caminho acadêmico. “Entrei no mestrado em Biotecnologia, disciplina que cursei na graduação e que também foi a temática do meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Agora no doutorado, faço Ciências Farmacêuticas, que englobam Biomedicina e Farmácia, que são cursos bem parecidos na grade curricular”, explica a doutoranda.

No doutorado, também na UFPE, Camila pesquisa a ação farmacológica das plantas medicinais. “Vamos às comunidades para saber como as pessoas usam determinadas plantas. Digamos que seja para dor de garganta. Fazemos testes para comprovar essa ação que a população diz ter. Fazemos um estudo, investigamos quais os componentes e quais funções aquela planta tem. Às vezes a população faz o chá da folha, mas a raiz é muito mais eficaz, ou o caule. Após a triagem e o estudo, retornamos para a comunidade para orientar”, exemplifica.