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Dicas para a redação do Enem trazem caminho das pedras para uma boa nota

Tatiana Notaro
Tatiana Notaro
Publicado em 01/10/2019 às 8:00
redação FOTO:

Faltando pouco mais de 30 dias para as provas, o Blog do Enem vai trazer, de novo (sim, mais uma vez), um dos assuntos mais importantes do Exame Nacional do Ensino Médio: a redação. Sobre ela, leia mais aqui, aqui e aqui.

Desta vez, quem fala sobre como fazer uma boa redação, com dicas e tudo mais, é a professora (e jornalista) Sheyla Lima, que dá aulas no Vestibular Cidadão, no Recife.

Primeiramente, Sheyla não fez apostas no tema, mas abriu um leque de possibilidades que o candidato pode se aprofundar com leituras e treinos. Eis alguns deles:

  • Meio ambiente (desastres ambientais e afins)
  • Saúde (especialmente saúde pública, além de saúde mental, jovens e depressão)
  • Contextos com minorias (relacionado, por exemplo, ao acesso à educação)
  • Política (“jovens na política, fortalecimento da democracia, principalmente pessoas mais jovens participando do contexto político, entendendo que política é vida cotidiana e não algo longe da gente”).

Dito isso, vale falar de outro ponto importantíssimo quando se trata de escrever bem: ler muito. É, não tem como correr. Para saber escrever, ter repertório, argumentação e tudo o mais, é preciso ler. Aí, Sheyla dá uma dica-chave:

“Jornais, sempre”: Segundo Sheyla, percebe-se que os alunos até lêem notícia, mas “falta muito conhecimento de base”. “Aí, na hora de fazer uma proposta de intervenção (a competência 5) para saúde, por exemplo, eles não sabem quem são os responsáveis por cada coisa, não sabem como funciona o SUS. Não sabem como funciona o sistema político”. E aí, a professora Sheyla sugere sites como Politize, que traz esses detalhes que nem todo mundo sabe.

“Para você ter uma ideia, um dia desses eu li uma redação que dizia que ‘a população tem que buscar, por meio de protestos…’. Mas a gente não busca as coisas por meio de protestos, que é uma instância de reivindicação quando você já esgotou todas as possibilidades. Tem muito isso de buscar essa base”, exemplifica. Então, é bom se ligar no que escreve.

Obviamente, você precisará de mais que isso, então, principalmente se não tem muito firme o hábito da leitura, comece por livros de que você goste. Um mapa mental ajuda muito na hora de memorizar argumentos que podem ser importantes na sua produção textual.

Medo de escrever?!

Quando o assunto é a construção de um bom texto, Sheyla é enfática em dizer: “tem que perder o medo”. “É incrível mas ainda há muitos alunos que têm medo de escrever. Se deparam com aquela folha em branco, travam e não conseguem”. E a solução para isso não poderia ser outra senão praticar.

“Treinar, praticar. Porque quando chegar lá na hora, não vai ter como pular a redação, e se você não estiver familiarizado com a escrita, nem que seja para perder esse medo, vai se dar mal”.

Em sala, Sheyla mostra insistentemente toda a estrutura de um texto e, por fim, ordena: “se joguem”. “Uma das coisas principais é saber a estrutura pedida pelo Enem, que é aquela estrutura base, que pede introdução, desenvolvimento e conclusão, com argumentos, mas que não é engessada. Você tem que saber o que o Enem pede”, ensina. Ela está falando, você sabe, das cinco competências (se não sabe, assista, de novo, aqui).

Livre e leve (mas não tão solto)

Sheyla diz que mesmo sendo exigente com a forma, o Enem não quer um texto engessado. Mas para se aproveitar das possibilidades, é preciso conteúdo. Depois, sempre lembrar de fazer um esboço, pensar em tudo que você sabe sobre o tema, e definir: apresentação, argumento, conclusão. “Planejando o texto antes, você escolhe as ideias que falam com mais propriedade, prezam pela coesão”, arremata. Feito isso, pelo amor de Deus, revise.

E o que não fazer de jeito nenhum?

Bem, o que não se deve fazer na redação do Enem preencheria uma lista quase infinita, mas Sheyla Lima escolheu alguns pontos para te lembrar:

  • Não escreva sem planejar
  • Não encha os parágrafos com mil argumentos. Seja conciso e coeso.
  • Não escreva com letra ilegível. O corretor pode zerar a sua redação.
  • Nunca escreva em primeira pessoa (eu ou nós, não importa)
  • Não use reticências… 
  • Não ultrapasse as 30 linhas.