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Conexão é chave para Geografia no Enem, diz professor Macial Oliveira

Tatiana Notaro
Tatiana Notaro
Publicado em 17/10/2019 às 8:00
MACIAL OLIVEIRA FOTO:

Quando foi criado, há 20 anos, o Enem veio com a proposta de trazer interdisciplinaridade, de provocar o aluno a ir além do conteúdo de sala de aula, buscando e compreendendo sua aplicabilidade. Ao comentar a prova para o Blog do Enem, o professor de Geografia do Colégio Marista São Luís, Macial Oliveira, focou nessa conexão.

O professor usa a Revolução Industrial como exemplo e explica que, no Enem, o tema não é abordado exclusivamente pela vertente histórica. “A Revolução deixa de ser um conteúdo e passa a ser um objeto. A perspectiva se volta a uma análise sociológica, às relações de trabalho. Ela é um fato histórico, mas, ao mesmo tempo, é consequência de um arranjo espacial que é apropriado da Geografia”, diz Oliveira. O formato da prova do Enem exige que os professores se articulem e conduzam o aprendizado de forma integrada.

Conteúdos demais, exigência de menos?

Sim, os candidatos a uma vaga no Ensino Superior precisam dar conta de um grande volume de conteúdo e há professores que consideram que a prova não chega ao “nível de exigência científica que poderia”, diz Macial Oliveira.

Apesar disso, o professor considera a abordagem do Enem inteligente e dentro do mínimo que se espera para um aluno que conclui ou concluiu o Ensino Médio. “A prova consegue fazer uma conexão das áreas. Você vai ter questões apoiadas em elementos teóricos da disciplina, que se costuma chamar de ‘conteudista’, termo do qual não gosto muito. E também é uma prova em que o acesso à questão permite que o estudante tenha uma base em que possa se apoiar, da história, da sociologia, do pensamento filosófico. Para poder compreender não só aquele texto, mas o comando de resposta. E tendo essas ferramentas, o aluno amplia, e muito, a capacidade de êxito”.