Patrocinada

Enem: Contexto é arma para estudante atento às questões de História

Tatiana Notaro
Tatiana Notaro
Publicado em 22/10/2019 às 8:00
Felipe Domingues orienta que os feras devem levar em conta o histórico da prova | Foto: Reprodução/ JC360
Felipe Domingues orienta que os feras devem levar em conta o histórico da prova | Foto: Reprodução/ JC360 FOTO: Felipe Domingues orienta que os feras devem levar em conta o histórico da prova | Foto: Reprodução/ JC360

Sabiamente, o Enem escolhe contextualizar questões da História às de Geografia Humana, Sociologia e Filosofia. Isso exige que o candidato saiba não apenas uma simples resposta, mas o contexto do fato na história.

“O erro mais constante do estudante na prova de História se chama anacronismo: é não respeitar a temporalidade, o contexto. É querer enxergar o passado com o olhar de hoje, o maior fator distrator das questões. A gente precisa respeitar o contexto histórico e entendê-lo dentro da sua complexidade”, ensina o professor de História do Colégio GGE, Felipe Domingues.

Mas como falta pouco pro Enem, vamos logo às dicas do professor, ponto a ponto:

  1. História Geral

É importante fazer o diálogo da macro com a micro-história: para entender a História do Brasil, é preciso entender o contexto histórico do mundo. Então, em História Geral e Antiga, focar em cidadania grega. Foi lá onde surgiu o conceito de cidadania, a consciência plena dos nossos direitos e deveres na sociedade.

Em Roma, focar na república romana. “O cristianismo, que nasce no Império Romano, é extremamente perseguido no início, até se tornar a religião oficial do império. E quando cai o Império Romano, termina a Idade Antiga, começa a Idade Média. E qual a instituição mais poderosa? A Igreja, temos uma sociedade teocêntrica. Qualquer questão que diga que a igreja não interfere em qualquer aspecto da sociedade medieval é falsa. Ela interferia na cultura, na economia, na política.

Na crise da Idade Média tem o Renascimento. O século 14 é importantíssimo para entender a construção da Modernidade. Era um século de crise, o século da fome, da peste, da guerra. E já que os padres oravam e a guerra não acabava, a fome não passava, a peste não passava, então o homem vai passar a tentar resolver esses problemas através da ciência. A principal guerra foi a Guerra dos 100 anos, entre Inglaterra e França.

A cultura nasce na Grécia e em Roma, morre na Idade Média e renasce no Renascimento, que é crucial para o colapso da Idade Média e a construção da Idade Moderna (que vai da Guerra de Constantinopla, que é a capital do Império Romano do Oriente, até a Revolução Francesa).

Em Idade Moderna, foque  em quatro assuntos:

  • Absolutismo, que é a predominância política da Idade Moderna, 
  • Mercantilismo, que é o braço econômico do Absolutismo, a intervenção do Estado na Economia. O Brasil em uma estrutura mercantilista, cujo objetivo era dar lucro a Portugal. Aliás, era esse o objetivo de toda colônia
  • Renascimento, do ponto de vista artístico e científico.
  • Reforma e Contrarreforma, do ponto de vista religioso.

Em História Contemporânea, fique de olho:

  • Nas revoluções burguesas (Inglesa, Americana, Francesa) e como elas interferiram no desmantelamento do Absolutismo. Quando cai o Absolutismo na França - com a tomada da Bastilha, no 14 de julho, com a queda da monarquia francesa -, as monarquias absolutistas vão caindo uma a uma. A gente entra na Idade Contemporânea.
  • No século 19, influenciados pela Revolução Francesa, vamos ter os processos de independência da América Latina. As revoluções liberais de 1830, 1840. A revolução dos povos, que é a primavera dos povos. 

Não esqueça desse ano, 1848, quando houve uma onda revolucionária na Europa e quando foi proclamada a Segunda República Francesa. Começa a unificação da Alemanha e da Itália. A Áustria deixa de ser uma monarquia absolutista e passa a ser uma monarquia parlamentarista. A Bélgica fica independente da Holanda. Pernambuco não ficaria de fora de uma onda revolucionária: estoura aqui a Praieira, desse contexto de primavera dos povos.

  • Revolução Industrial, que a gente ainda vive. Começa no século 18 e é um tema comum à Sociologia.

 

Mas no SSA...

Já a prova do seriado, como você já sabe, tem questões mais específicas. Felipe lista as dicas para quem vai fazer o SSA3:

  • O programa é de Imperalismo até hoje. Essa corrida imperialista, que são as potências capitalistas européias em direção à África e à Ásia, vai causar o desgaste entre as nações.Isso vai desembocar na 1° e na 2° Guerras Mundiais.
  • O  SSA3 foca em como essa competição entre as potências européias vai resultar nas Guerras, o período entre guerras, onde se observa a crise de 1929 e a formação dos estados totalitários, do fascismo e do nazismo. O mundo pós Segunda Guerra, que é o contexto da Guerra Fria. A Europa é destruída pelas guerras e depois da Segunda, temos os dois grandes blocos: o socialista, encabeçado pela URSS, e o capitalista, encabeçado pelos EUA. Observar como houve o desmoronamento do bloco socialista.

Já em História do Brasil, vamos de Brasil República. Procurar entender as complexidades desse tempo, a oligarquia café-com-leite, a Era Vargas, o Movimento Tenentista (os tenentes de 1922), que são os generais que vão apoiar Vargas. É uma ditadura civil. Por mais que Vargas estivesse com os militares, ele era um civil.

Depois, temos um processo de democracias populistas, de Dutra até João Goulart. E depois do Golpe de 1964, a Ditadura Civil Militar. É importante ter a consciência de que não foram a apenas os militares que deram golpe, houve também os civis da classe empresarial, de setores da Imprensa. Teve apoio de amplos setores. Depois, a redemocratização: nisso, já tivemos dois processos de impeachment, o de Collor e o de Dilma.