Há 26 anos em sala de aula, o professor de Química do Colégio Marista São Luís, Gilberto Mesquita, relembra sempre aos estudantes que a construção do conhecimento requer tempo e dedicação. Pode até parecer algo óbvio, mas ele, hoje, lida com uma geração que tem acesso a informação na palma da mão e que se acostuma às facilidades da tecnologia. “Costumo dizer que o trabalho em sala é feito em conjunto”, enfatiza.
Mesquita diz que há alguns anos, as provas do vestibular eram locais, com questões que prezavam pela especificidade e pelo detalhe. “Você tinha que saber a regra e a exceção à regra”, rememora.
Hoje, o que passa aos estudante em sala de aula são ensinamentos que precisam contemplar uma prova nacional, de “concorrência exponencialmente maior”. “O Enem cobra a regra, é uma prova sem casca de banana, extremamente bem feita, com pouquíssimo (ou nenhum) erro. Mas a dinâmica de aplicação, o fato de você ter um aluno que faz prova no Chuí e vai estudar no Oiapoque, essa é outra questão”, diz.
Para o professor, o Enem consegue exigir uma condição mínima do candidato, além de cobrar outras habilidades, como a de raciocinar para fazer a prova. “Não é um exame que você senta e sai respondendo, é preciso estratégia”, diz, referindo-se ao volume de assuntos previstos e ao volume de questões por dia, além da interdisciplinaridade entre as áreas do conhecimento.