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Em coletiva, ministro da Educação avalia Enem e garante que haverá punição para vazamento da prova

Tatiana Notaro
Tatiana Notaro
Publicado em 03/11/2019 às 20:55
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O ministro da Educação, Abraham Weintraub, fez avaliações positivas a respeito do primeiro de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste domingo (3). Mas o assunto da coletiva de imprensa concedida em Brasília foi o vazamento da prova de redação, ainda à tarde, durante a aplicação da prova.

Segundo Weintraub, a Polícia Federal já sabe que a imagem da prova que circulou em grupos de WhatsApp partiu de um aplicador (a pessoa responsável pela aplicação e fiscalização durante o exame). Questionado, o ministro disse que a informação foi apurada a partir do código de barras que aparece na foto e que a prova seria de candidatos que faltaram neste primeiro dia. O ministro não reafirmou que o caso teria acontecido em Pernambuco, como disse mais cedo.

 

Foto: Reprodução/ MEC

“A Polícia Federal está chegando a uma pessoa, vamos esperar para soltar o nome e ele (o aplicador) não estará lá para a segunda prova. Não houve prejuízo para ninguém, eu já tinha divulgado o tema da redação, mas houve o intuito de prejudicar o Enem. Esta é uma pessoa vil, baixa, que não tem respeito nem consideração. Vamos pegar essa pessoa”, afirmou o ministro aos jornalistas. Ele disse ainda que é permitido às pessoas que trabalham no Enem portar telefones celulares nos locais de prova, exceto no momento em que os malotes são abertos.

“Eu sou a favor de que o transgressor pague o preço da transgressão dele. A gente vai atrás de tudo que pudermos fazer para que essa pessoa pague pela má fé dela. Para que essa pessoa se arrependa amargamente do dia que veio ao mundo”, completou o ministro.

Weintraub afirmou que houve influência da gestão do presidente Jair Bolsonaro na formulação do Enem. “Lógico que teve influência. Foi um exame que foi um sucesso, é a cara do governo Bolsonaro. Foi o Enem que teve o menor custo nominal (retirada a inflação), é a cara de eficiência, de gestão, deste governo. Além disso, respeita toda a sociedade, não faz doutrinação, mostrando que nós somos republicanos”. Para o MEC, o Enem correu como esperado. Houve falta de luz em uma cidade da Bahia e em uma de Alagoas.

Questionado sobre a ausência de questões sobre Ditadura Militar (assunto presente em todas as edições desde 2010), Weintraub disse apenas que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) se preocupou em fazer “uma prova onde fosse possível selecionar as pessoas mais bem qualificadas. O objetivo do Enem é selecionar as pessoas”.

Presidente do Inep, Alexandre Lopes disse que a prova prezou pela diversidade de textos, trouxe poesia e uma “homenagem à primeira dama”, Michele Bolsonaro, se referindo ao segundo texto questão 41 (prova rosa), “Quadrinista surda faz sucesso na CCXP com narrativas silenciosas”.

Os gabaritos oficiais serão disponibilizados na quarta-feira, 13 de novembro. Os resultados, em janeiro de 2020, ainda sem data definida, mas antes da abertura das inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu).