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Professores do GGE e do Marista São Luis comentam as provas do 1° dia do Enem

Tatiana Notaro
Tatiana Notaro
Publicado em 03/11/2019 às 23:31
repTVJC FOTO:

O Blog do Enem e o Portal NE10 receberam professores dos colégios GGE e Marista São Luís para comentar as provas do primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicadas neste domingo (3) em todo o País. Os comentários foram transmitidos na TVJC, na página do NE10 no Facebook. Você pode assistir novamente nos links.

Primeiramente, Carla Carmelita e Sandra Lima, professores do GGE e do Marista São Luís, falaram sobre o tema da redação e do fato do Inep ter, novamente, priorizado um tema específico, “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”. Carla lembrou aos feras que o Enem exige que o candidato problematize a questão proposta da redação. “Ou seja, porque essa democratização não acontece?”.

E no norte dessa construção teria que ser dado pelos textos de apoio que, na opinião de Sandra e Carla, contemplaram a temática de uma forma muito ampla e completa. As professoras lembraram que o aluno não poderia copiar trechos do texto, mas usá-los como delimitadores de seus argumentos.

Linguagens

Os professores de Língua Portuguesa do Colégio Marista São Luís, Mônica Soares e Felipe Braga não encontraram nenhuma surpresa na prova aplicada neste domingo. “A prova se manteve como sempre foi. Não há excesso de gramática, nem de textos”, comentou Mônica à TVJC. “Houve uma questão com texto de Ivan Ângelo, um autor reconhecidamente contra o sistema”, elencou Mônica como sendo esta a única “surpresa” do exame.

Felipe e Mônica destacaram ainda que a prova do Enem continuou a privilegiar a diversidade dos gêneros textuais, trazendo textos de romance, infográficos e peças publicitárias, entre outras. “Tivemos ainda oito questões falando sobre o impacto das tecnologias em nossas vidas”, disse Felipe. “E uma questão de humor, que nunca fala”, completou Mônica Soares.

Literatura

Paulo Neto e Júlio Pimentel, professores de Literatura do Colégio GGE, ficaram satisfeitos com o que viram no Enem. A prova ficou dentro das expectativas, batente interpretativa, e manteve o perfil de não trazer questões sobre períodos e características das escolas literárias. “Foi uma prova como a gente normalmente espera, mais voltada para o século 20”, disse Júlio, destacando ainda que a prova exigiu bastante maturidade interpretativa do aluno.

Na lista de nomes contemplados, os professores elencaram João Cabral de Melo Neto,  Mauro Mota, Heitor Villa Lobos e Oswald de Andrade.

Línguas estrangeiras

Renata Monteiro, professora de Inglês do GGE, considerou que a prova atendeu bem à variedade de gêneros discursivos, contemplando música, textos informativos, cartoons, entre outros. “Foram cinco questões tranquilas no formato que a gente trabalhou em sala. Não houve nenhuma mudança, ficou tudo dentro do esperado de acordo com os anos anteriores”.

Já os professores de Espanhol do Colégio Marista São Luís perceberam na prova do Enem a tendência de facilidade já percebida anteriormente. Segundo Priscila Cordeiro e Fernando Cortêz, a prova foi muito sutil, muito simples e também utilizou textos de gêneros diferenciados, mas sem aprofundamento desses gêneros.

Priscila e Fernando acharam a prova de 2019 mais prova que a do ano passado. “Talvez a mais fácil dos últimos cinco anos”, pontou Fernando. Um dos textos que caiu no Enem foi trabalhado em sala de aula, no Marista. “A prova ficou no Espanhol instrumental”, disse Priscila.

Filosofia e Sociologia

Felizes ficaram os professores André Pessoa (GGE) e Jefferson Góes (Marista São Luís) porque suas disciplinas, Filosofia e Sociologia, ficaram muito bem no Enem deste ano. “Ano após ano, a gente tem percebido mais esses dois componentes na prova”, reforçou Jefferson.

André destacou que metade da prova - 20 questões - trouxe temas relacionados à Filosofia ou à Sociologia. “Esta foi uma prova intertextual. Os limites entre as áreas de conhecimento desaparecem. de fato, a gente tem agora uma prova de humanidades”, disse.

Jefferson acredita que esta é uma tendência do paradigma de interdisciplinaridade. “É uma prova que faz pensar, que exige análise, cuidado. E eu sempre digo em sala de aula que a principal competência é a leitora”.

Geografia

Na prova de Geografia, os professores Carlos Pamila e Marcial Oliveira, do Colégio Marista São Luís, sentiram falta de assuntos corriqueiros, fregueses do Enem: questões sobre água e biomas ficaram de fora. 

Outro detalhe levantado pelos professores é que a prova foi pobre em imagens. A recomendação aos alunos sempre gira em torno da atenção aos mapas e outros elementos gráficos, que foram colocados em segundo plano nesta edição. Além disso, as questões exigiram dos candidatos vocabulários muito rebuscados.

“As questões foram dentro da expectativa, mas a comunicação mais ampla não aconteceu. Percebi questões mais conteudistas nesse sentido mais isoladas em cada componente curricular”, detalhou Marcial.

História

Regime Militar e as primeira e segunda Guerras ficaram de fora, assim como questões diretamente sobre Guerra Fria. Esses pontos surpreenderam (com exceção da primeira) os professores do GGE Filipe Domingues e Diogo Barreto.

“A prova manteve a temática principal que vem sendo trazida, que é a escravidão. Desde a alimentação às práticas relacionadas à etnia negra no Brasil”, ponderou o professor Diogo Barreto. “Em termos gerais, foi uma prova muito bonita, em diálogo com Sociologia e Filosofia. Contemplou o aluno que lê”, completou Filipe.