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Núcleo de Práticas Jurídicas coloca alunos em contato com questões reais do Direito

Tatiana Notaro
Tatiana Notaro
Publicado em 06/12/2019 às 16:22
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Um dos cursos mais procurados do Centro Universitário Tiradentes (Unit Pernambuco), a graduação em Direito tem uma ferramenta importante: o Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ). Na Unit-PE, o espaço está voltado para colocar a teoria na prática e, tão importante, prestar serviço à comunidade. Atualmente, o NPJ funciona com mais de 100 pessoas entre estagiários, professores, conciliadores e uma chefe de secretaria. Todos os profissionais são bacharéis.

O foco do serviço prestado pelo NPJ é a conciliação, prática essencial para os futuros profissionais. “Muitas vezes, o Judiciário não resolve e é mais vantajoso partir para a conciliação. Às vezes, o contencioso não é a melhor solução. A gente sempre diz que é melhor um mau acordo do que uma boa briga”, explica a coordenadora do NPJ e professora do curso de Direito da Unit, Tatiana da Hora.

Para a professora Tatiana da Hora, o Núcleo de Práticas Jurídicas é o coração do curso de Direito | Foto: Luiz Pessoa/ JC 360

Além de colocar os alunos em contato com o social, o Núcleo de Práticas Jurídicas é um local de pôr teorias na prática. “Aqui, passamos a ver o mundo de outro ângulo. Temos contato com a população, com problemas que a gente nem sabia que existiam”, diz Ana Carolina Vieira, aluna do 4° período do curso de Direito da Unit Pernambuco.

Shirley Dias, também aluna do 4° período, explica que a atuação no NPJ dá a oportunidade dos futuros bacharéis lidarem com várias áreas do Direito. “A gente vê realmente como é a história de cada pessoa, é uma mistura de áreas que temos que desenvolver. Esse contato me fez ter uma visão muito diferente do curso e da profissão”.

Conveniado ao Procon, o NPJ intermedeia vários casos de Direito do Consumidor. Segundo Carolina, a fragilidade das relações de consumo chama atenção. “Muitas vezes o consumidor é totalmente leigo, mas aqui se encontra amparado, conseguimos ajudá-lo a alcançar seus direitos”, diz Carol. 

Ajuda às pessoas

Um dos casos que ficaram na memória de Carol é o de uma senhora que comprou um notebook com “vício”: a tela não funcionava direito e após várias tentativas frustradas de negociação com a empresa, o trabalho do NPJ chegou a uma solução. “A gente conseguiu trocar o aparelho com defeito por um novo”, comemora.

Na Câmara de Conciliação e Mediação, casos de Direito de Família estão entre os mais recorrentes. Shirley diz que esses situações moldam a sua maturidade profissional. “No começo, eu ficava muito triste quando via o estabelecimento de pensões alimentícias no valor de R$ 90, R$ 100, porque eu sei que isso não é suficiente para manter uma criança, e isso mexeu e mexe muito comigo. Mas como se trata de uma conciliação, a gente não estabelece valor, as partes têm que chegar a esse consenso”, relembra Shirley. 

A professora Tatiana da Hora considera que o NPJ ensina o lado difícil do Direito, na prática e com casos reais. “Temos uma busca pelo curso de Direito, que cresceu nos últimos anos de uma forma absurda, com a ideia de para prestar concurso e ganhar dinheiro. O trabalho do NPJ obriga à sensibilidade. Os alunos que estagiam aqui no Núcleo saem com essa cultura de tentar uma conciliação”.