PARTICULARES

Caminhos são vastos para formados em Fisioterapia 

Tatiana Notaro
Tatiana Notaro
Publicado em 19/12/2019 às 8:00
Graduação em Fisioterapia da Unit Pernambuco. Foto: Luiz Pessoa/ Arquivo JC Imagem
Graduação em Fisioterapia da Unit Pernambuco. Foto: Luiz Pessoa/ Arquivo JC Imagem FOTO: Graduação em Fisioterapia da Unit Pernambuco. Foto: Luiz Pessoa/ Arquivo JC Imagem

Fisioterapia é um curso generalista - e essa é uma de suas principais qualidades. Semestre a semestre, durante os cinco anos, os estudantes veem todas as aplicabilidades de técnicas, os estudos e tratamentos voltados às áreas motoras, neurais, ósseas, para adultos, idosos, crianças, para prevenir ou recuperar. E para sair da graduação apto a vislumbrar tantos caminhos, é necessário contar com uma formação que ofereça estrutura e estímulos, a exemplo do Centro Universitário Tiradentes (Unit Pernambuco). Conheça mais assistindo ao vídeo.

Incluir na grade curricular atividades que levem teoria à prática é ordem na Unit. Nas clínicas-escola, abertas ao público, os alunos entram em casos reais, participam do tratamento e evolução de pacientes e descobrem novas possibilidades dentro da profissão que escolheram. Chegarão, assim, muito mais preparados ao mercado de trabalho.

Na clínica escola da Unit Pernambuco, alunos atendem a pacientes sob supervisão dos professores | Foto: Luiz Pessoa/ Arquivo JC Imagem

Ana Clara Pontes está a um ano da formatura em Fisioterapia. Entrou no curso meio por acaso, mas a cada período, novos “encantamentos” foram dando a certeza que ela precisava para continuar. “No fim do Ensino Médio, minha mãe pediu que eu escolhesse um curso, mesmo que não tivesse tanta certeza. Eu não conhecia bem a área de Fisioterapia, mas fui pesquisar, procurei alguns profissionais para saber mais e decidi tentar”, diz Ana Clara. E um dos pontos decisivos para a escolha dela foram as muitas possibilidades de o fisioterapeuta ser um profissional autônomo.

Com a Fisioterapia, Ana é “encantada”, como diz. “Eu vi que a ‘Fisio’ não é só você curar um paciente, é você cuidar dele. Foi uma das coisas que me encantou na profissão e que me motiva a seguir na área”, conta ao Blog do Enem.

Na Unit, Ana Clara começou cedo a ter contato com pacientes, já a partir do 5° período. No 7°, essa convivência foi ficando frequente. “Cursamos as disciplinas de Neurologia e de Geriatria e praticamente atendíamos pacientes a semana toda. Tive um feedback muito bom, porque é muito diferente acompanhar um paciente por seis meses. Por isso que eu falo que o ‘fisio’ não trata, ele cuida”.

Coordenadora do curso, Ivanacha Carneiro enumera algumas das áreas possíveis: motora (que trabalha com traumas, lesões por acidentes, por exemplo); neurológica, pediátrica ou adulta (que trabalha com alterações e síndromes); respiratória (com atuação em hospitais e ambulatórios); além da fisioterapia esportiva, que pensa a reabilitação e prevenção de atletas. “A atuação em empresas, por exemplo, promove a prevenção de lesões através da ginástica laboral”, acrescenta.

Especializar-se é preciso

Segundo Ivanacha, após formado, o fisioterapeuta tem várias opções de especializações e, para muitos casos, precisa delas obrigatoriamente. “Em algumas áreas, apenas com graduação, o fisioterapeuta não pode atuar. RPG (Reeducação Postural Global), realinhamento, tratamento de dores, quiropraxia, osteopatia, pilates são alguns exemplos”, explica.

Ao adentrar no curso, no primeiro período, o estudante vai cursar disciplinas básicas da área de saúde. Como explica Ivanacha, vai aprender o que é normal para os indivíduos e, depois, conhecer as patologias. “É quando o aluno vai cumprir a disciplina introdutória à Fisioterapia, que fala de todos os campos de atuação”.

Coordenadora e professora do curso de Fisioterapia, Ivanacha Carneiro explica que profissão exige especializações | Foto: Luiz Pessoa/ Arquivo JC Imagem

“O poder do fisio”

“Tem paciente que odeia a gente, mas somos um mal necessário. Ele pode não querer, achar que não vai melhorar, mas o que nos move é o brilho nos olhos. É uma profissão onde a gente fica feliz com pouca coisa. Às vezes o paciente não conseguia pentear os cabelos; quando ele consegue, a gente dá pulos de alegria porque sabemos que aquele movimento é funcional pra ele”.

A narrativa de Ana Clara mostra bem o que move o profissional de Fisioterapia: a vontade de avançar e devolver a qualidade de vida, a autonomia, o bem estar aos pacientes. “É o poder do ‘fisio’: fazer com que coisas que eram simples antes tenham um valor gigantesco”.

Ana Clara Pontes: a ‘Fisio’ não é só você curar um paciente, é você cuidar dele | Foto: Luiz Pessoa/ Arquivo JC Imagem

E esse “poder” - que nem precisaria de aspas - deve estar bem aplicado nesse mercado vasto e, muitas vezes, rentável. Clara é otimista com o que encontrará à frente. “Ao entrar no curso, percebi que há um leque imenso. A Fisioterapia Ocular, aqui no Recife, e a Fisioterapia Nefrológica são algumas opções novas”, diz a aluna.

Clara é um exemplo do bom aproveitamento que se deve fazer da graduação. Nos quatro anos cursados, aproveitou a clínica-escola da Unit, fez monitoria, extensões culturais com palhaçoterapia e, atualmente, faz a Iniciação Científica no Hospital das Clínicas e no Português - cuja pesquisa é voltada para o acompanhamento e cuidados com pacientes de cirurgia cardíaca.

“Eu me vejo muito generalista porque a cada período tenho uma nova disciplina e me encanto novamente. Não pensava que fosse gostar de pediatria e estou totalmente encantada. Hoje em dia, acredito seguirei pela parte cardíaca, respiratória e metabólica, mas eu não me limito, não tenho o tutorial do que eu vou ser no futuro. A ‘fisio’ é gigantesca”.