PARTICULARES

Novas demandas sociais ampliam possibilidades para psicólogos 

Tatiana Notaro
Tatiana Notaro
Publicado em 03/01/2020 às 8:00
Leitura precisa ser incentivada | Foto Hesíodo Góes/JC360
Leitura precisa ser incentivada | Foto Hesíodo Góes/JC360 FOTO: Leitura precisa ser incentivada | Foto Hesíodo Góes/JC360

Se você pensar em um psicólogo, no que ele trabalha, facilmente pensará em um consultório, sessões de psicoterapia, em um ambiente escolar. Certo? Mas a área da Psicologia cresce a todo momento, cada vez que as necessidades psíquicas humanas são ampliadas. É um nicho cheio de possibilidades e rico em conhecimento e novas descobertas.

Há um ano e meio à frente do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE), a professora Ângela Nankran se vê diante de um mercado cada vez mais aberto e com inúmeras possibilidades aos profissionais da área. “Psicologia jurídica, das relações humanas, para propagandas, associada à tecnologia, ao atendimento online”, enumera, sobre as novidades. Nesse mundão, salários têm uma variação também enorme: de R$ 2 mil a R$ 10 mil, diz Ângela.

Em tempo: em “atendimento online”, leia-se a sessão remota. “O Conselho Regional, em 2018, liberou esse tipo de atendimento. A resolução tem critérios para que isso seja desenvolvido. Serve, por exemplo, em casos especiais, como a continuação das terapias para um paciente que precisa viajar”, explica Ângela.

Na área de Psicologia, salários podem variar entre R$ 2 mil a R$ 10 mil, diz a coordenadora Ângela Nankran | Foto: Hesíodo Góes/JC360

A professora vê a Psicologia como uma área de conhecimento e uma profissão cujo futuro se descortinou “de repente”, percebendo um mundo de caminhos. “Deu um insight de que o psicólogo trabalha diretamente na perspectiva do ser humano, é um profissional necessário em várias áreas que necessitam ter percepção acerca desse ser humano”.

Um psicólogo, continua Ângela, encontrou espaço na área da Publicidade, em que pesquisas de mercado precisam compreender a percepção da população acerca de determinado produto. “A Psicologia Social é outro bom exemplo. É uma possibilidade que também tem cada vez mais campo, porque cada vez se pensa mais no coletivo”, resume a professora.

Psi, uma paixão

“Houve um tempo em que eu tinha interesse de fazer Medicina, queria ajudar o próximo. Mas em uma experiência fora do Brasil, conheci a Psicologia. Vi que também tinha isso de ajudar e de compreender o outro, conhecer mais o motivo dele tomar certas atitudes”, conta Marcella Vasconcelos, estudante do 4° período de Psicologia da Unit-PE.

Marcella sempre se interessou sobre o comportamento humano. Aos 15 anos, cursando o Ensino Médio, ela nem sabia o que era a Psicologia, mas foi lendo a respeito daquela área de conhecimento que se propunha a acessar o ser humano. “Fui lendo e me apaixonando. Aí fui atrás”, conta a estudante, que atua como auxiliar de Coordenação Pedagógica.

Marcella Vasconcelos, estudante do 4° período de Psicologia da Unit-PE | Foto: Hesíodo Góes/JC360

Quando formada, Marcella planeja seguir pelo atendimento clínico infantil, Psicologia escolar, Teoria do Comportamento ou Análise do Comportamento Aplicado.

Caminhos e possibilidades

Para Ângela Nankran, os aspirantes a psicólogos chegam à academia com interesse em pesquisa, em extensão, em pós-graduação. “Há influência dos professores. Assim, já vi alunos que estavam interessados em clínica passarem a pensar em Psicologia Organizacional, em fazer residência para trabalhar em hospital”.

A Psicologia Escolar, para espanto da professora, não perdeu atenção dos ingressantes. A Jurídica, nova, como dito, abre espaço para se trabalhar com questões de adoção de crianças e adolescentes, com conflitos familiares, como alienação parental. “Muda tanto que quando as empresas abrem espaço para a diversidade entre seus funcionários, contratando autistas, por exemplo, o mercado abre-se para os psicólogos, necessários para que o ambiente corporativo absorva essas pessoas”.