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Educação transformadora sai do papel em parceria entre CESAR e escolas

Tatiana Notaro
Tatiana Notaro
Publicado em 16/01/2020 às 8:00
No Recife, projeto funciona na ETE Cícero Dias, no bairro de Boa Viagem | Foto: Oi Futuro
No Recife, projeto funciona na ETE Cícero Dias, no bairro de Boa Viagem | Foto: Oi Futuro FOTO: No Recife, projeto funciona na ETE Cícero Dias, no bairro de Boa Viagem | Foto: Oi Futuro

Antes mesmo de formatar sua escola de inovação, o CESAR começou a receber pedidos de instituições que queriam aproximar suas grades curriculares e alunos das questões tecnológicas. Não faz muito tempo, quem procurava a referência estava em busca de conceitos técnicos, como criação de jogos e cursos de linguagens. Hoje, a parceria da CESAR School com instituições de ensino públicas e particulares deixaram de ser uma transferência de conhecimento e passaram a focar na transformação das pessoas.

“Nosso interesse é poder oferecer ao aluno do Ensino Médio Técnico cenários de aprendizagem diferenciados, para que ele possa exercitar um comportamento mais ativo, protagonista do seu aprendizado, e simular como funciona o ambiente corporativo. A gente leva o DNA do CESAR para esses ambientes”, diz a gerente de projetos do CESAR, Marcela Cox.

Aqui, falar de transformação não é metáfora, porque os projetos que recebem tutoria da CESAR School modificam a realidade e as perspectivas dos alunos e, consequentemente, do ambiente em que eles vivem. “É um desafio e a gente olha para as tendências e começa a entender que tudo está interligado. Há o estímulo ao pensamento computacional, também à empatia, ao olhar para o outro. À consciência de que mesmo que eu não seja parte do problema, posso ser parte da solução”, diz Andréa Santos, também gerente de projetos do CESAR.

Maurício e Andrea, da CESAR School: lições mudam perspectivas de mundo | Foto: Luisi Marques/ JC360

A parceria com escolas começou há 13 anos, com instituições públicas. O pontapé inicial foi com o programa NAVE (Núcleo Avançado em Educação), que já formou mais de 2,5 mil jovens. Criado pelo Oi Futuro em parceria com as Secretarias de Estado de Educação do Rio de Janeiro e Pernambuco, o programa é desenvolvido em duas escolas públicas, no Rio e no Recife, na modalidade de Ensino Médio Integrado ao Profissional, com foco nas economias criativa e digital.

As escolas funcionam como laboratórios de criação e experimentação de metodologias pedagógicas inovadoras, disseminadas por meio de cursos de formação oferecidos gratuitamente a educadores da rede pública, em áreas como Robótica e Midiaeducação, e de publicações digitais como o “E-NAVE - Guia de Práticas Pedagógicas Inovadoras”, que teve sua segunda edição lançada em 2019.

Obviamente que, ao longo dessa trajetória de parceria, a CESAR School leva para os estudantes o que tem de melhor em sua bagagem - como inovação e design - mas eles precisam estar atrelados aos outros desejos dos estudantes, como estudar para Medicina ou Direito, por exemplo. “Através do método PBL (Problem Based Learning - Aprendizagem Baseada em Problemas), é possível desenvolver projetos da área de tecnologia voltados para o Direito e isso fazer todo sentido”, explica Andréa.

Marcela Cox completa que levar conteúdo que envolva inovação e tecnologia também oportuniza para o aluno reflexões sobre o impacto que as tecnologias digitais têm causado na sociedade, sobretudo no ambiente de trabalho. “O surgimento de novas profissões é um exemplo desse desdobramento”.

Exemplo completo

Ex-aluno de uma das escolas parceiras e, hoje, funcionário da CESAR School, Maurício Taumaturgo tem a chance de retribuir com trabalho as oportunidades que teve com um curso de técnico em programação de jogos. E foi longe.

Maurício foi aluno e, hoje, é funcionário do CESAR: mudanças na vida pessoal e na comunidade | Foto: Luisi Marques/ JC360

“Eu me inscrevi e passei na seleção. No primeiro dia de aula, o professor disse que, com programação, a gente poderia fazer o que quisesse da vida. Acreditei, mas sequer tinha computador em casa. Usava lan house e conhecia muito pouco desse universo”, conta ele ao Blog do Enem. Passando o tempo, Maurício começou a se identificar e optou por seguir na área da computação, com apoio dos professores tutores.

“Tive que convencer meus pais de que eu teria um futuro próspero como meu irmão, militar, mesmo que não começasse a ganhar dinheiro logo”, conta Maurício. Ao longo de todo o tempo, os professores desenvolviam tanto as competências técnicas quanto as socioemocionais. Em 2010, Maurício terminou o Ensino Médio e, no ano seguinte, começou a trabalhar no CESAR. “Fui aprovado na UFPE para estudar Sistemas de Informação. Em 2015, voltei professor”.

Resultados além dos resultados

A real transformação dos jovens envolvidos nos projetos é o resultado mais citado por Andréa e Maurício. Da timidez inicial até a autoconfiança; do estudante de Ensino Médio até um profissional capaz de identificar onde cabe uma nova solução. “Não que nós façamos isso sozinhos, mas damos as ferramentas. Eles saem acreditando que estão prontos para fazer o que eles quiserem”.

E voltando à palavra central de toda essa história - transformação -, é preciso incluir a comunidade. O entorno muda porque, afinal, pais que não viam perspectivas para seus jovens passam a vislumbrar nessas parcerias uma ampliação dos horizontes.

“Eles se tornam protagonistas. Não apenas abrem para si novos caminhos como os ampliam também em suas comunidades. Entendem que não precisam se conformar apenas com o trabalho no mercadinho ao lado de casa, aprendem que têm alternativas”, completa Maurício.