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Falha no Enem atingiu 5,9 mil pessoas; notas corrigidas já estão disponíveis para consulta

Fabíola Blah
Fabíola Blah
Publicado em 20/01/2020 às 20:05
Alexandre Lopes, presidente do Inep
Alexandre Lopes, presidente do Inep FOTO: Alexandre Lopes, presidente do Inep

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, deu uma entrevista coletiva na noite desta segunda-feira (20/01) a respeito da falha ocorrida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019. Ele assegurou que as provas dos 3,9 milhões de participantes foram revisadas e as inconsistências, que vieram à tona no final da semana passada, foram encontradas em 5.974 delas.

O problema se deu na fase de impressão, em uma gráfica, já foi corrigido e as notas verificadas estão disponíveis na Página do Participante. Segundo Lopes, o código de barras das provas foi associado de forma errada a gabaritos de provas com cores diferentes.

"Claro que para quem foi atingido, para essas 5,9 mil pessoas, não foi uma experiência positiva, foi um susto. Mas conseguimos dar uma resposta positiva a tempo, sem prejudicar ninguém.  A data de início das inscrições no Sisu está mantida, mas para dar mais tranquilidade, o Ministério da Educação determinou a extensão do prazo de inscrição", explicou Alexandre Lopes.

De acordo com o presidente do Inep, a intenção do prazo extra é dar mais conforto a quem está vendo a nota verificada somente nesta segunda-feira, dois dias depois de quem está acompanhando a Página do Participante desde sexta (17/01), quando os dados foram corrigidos no sistema.

Alerta nas redes

A falha foi revelada na sexta-feira, quando participantes começaram a denunciar nas redes sociais. "A manifestação das pessoas nas redes sociais, junto com nosso 0800, permitiu que pudéssemos identificar o problema e corrigir a tempo. Quando surge alguma falha em um processo complexo e de larga escala e se consegue resolver com o apoio da população, é uma vitória", pontua o presidente.

Lopes informou que as equipes do Inep envolvidas na solução da situação trabalharam ininterruptamente desde sexta-feira. "Com o Enem Digital, esse tipo de problema vai deixar de existir, porque não vai haver movimentação de papel, tudo será feito através de sistemas. Não houve falha similar na redação justamente porque ela é digitalizada e sua correção realizada a partir daí", assegurou o presidente do Instituto.

Alexandre Lopes também afirmou que os testes de inconsistência atualmente implementados no processo do Enem serão revisados e novos serão incluídos para evitar que situações como essa se repitam. "Vamos revisar esses processos de controle de qualidade, e o Enem Digital vai evitar quaisquer problemas que ocorram em função de manuseio de provas e gabaritos em papel. Em relação aos desdobramentos para a gráfica responsável pelas inconsistências, a gestão de contratos do Inep vai notificá-la e pedir explicações, vai dar um prazo para a empresa se manifestar. Tudo será feito dentro do contrato, seguindo o rito do processo administrativo", comentou.

Para o presidente do Inep, quem ainda não conseguiu ver a nota corrigida deve estar sendo atingido pelo grande volume de procura dessa informação na Página do Participante. "Mas todas as notas corrigidas já estão disponíveis para consulta. Ao todo, 90%  das notas do primeiro dia e 80% das do segundo dia aumentaram após as correções. As inconsistências representam 0,15% do total de participantes e conseguimos identificar e corrigir tudo antes do prazo estipulado para a abertura do Sisu", finalizou.