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Inovação marca DNA de projetos que constituem história do CESAR

Tatiana Notaro
Tatiana Notaro
Publicado em 06/02/2020 às 9:45
CESAR_NEO2_Alcione Ferreira FOTO:

Um problema existe, uma demanda surge e, com ela, uma solução. O modus operandi do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR) é basicamente assim, criando soluções inovadoras, seja para área de Tecnologia da Informação (TI) em si, seja para a educacional, onde tudo converge ao mercado e ao desenvolvimento científico. Em 23 anos de atividade, muitos projetos contam a história do CESAR.

Segundo a gestora de projetos Marcela Cox, entre as melhores ideias desenvolvidas pelo CESAR estão as educacionais, que chegam à equipe através de empresas mantenedoras e executoras dessas atividades. Às vezes, é uma ferramenta que falta; em outras situações, é preciso construir tudo do zero.

“Atuamos sob demanda, diante de um problema, e pensamos em como resolver. Nos projetos educacionais, também desenhamos dessa forma, mas vamos além da sala de aula”, explica Marcela.

Novas oportunidades

A gestora do CESAR começa pelo NEO, o New Employment Opportunities, cuja ideia principal é melhorar  as oportunidades de emprego para jovens em idade escolar - a maioria, no ensino técnico. Para tanto, promove o fortalecimento dos serviços de formação, orientação e intermediação oferecidos aos alunos das Escolas Técnicas Estaduais (ETEs) , SENAI e IFPE.

“O NEO é um ‘projeto guarda-chuva’, enorme, que tanto oferece capacitação quanto ensina o planejamento de vida e carreira ”, diz Marcela.

O NEO (Novas Oportunidades de Emprego para jovens, em tradução livre) é uma iniciativa pioneira na qual empresas, governos e sociedade civil de países da América Latina e Caribe trabalham de forma conjunta e articulada, concentrando sua atenção nos ecossistemas de empregabilidade dos jovens para reduzir a  distância entre as qualificações de jovens vulneráveis e a demanda das empresas por pessoal qualificado.

NEO é liderado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, através de seu Fundo Multilateral de Investimentos (FUMIN, agora BID Lab) e de sua Divisão de Mercados de Trabalho (LMK), pela International Youth Foundation (IYF) e parceiros: Arcos Dorados, Fundação Caterpillar, CEMEX, Fondation Forge, Microsoft, SESI e Walmart.

O programa NEO Brasil está sendo implementado no Estado de Pernambuco , mediante uma Aliança público- privada coordenada pelo Instituto Aliança e integrada pelas Secretaria de Educação e Esporte, Secretaria do Trabalho, Emprego e Qualificação, Secretaria da Mulher, SESI/Unindústria, SENAI-PE, Núcleo de Gestão do Porto Digital, Arcos Dourados e CESAR School, com apoio da Microsoft e Edulivre.

Marcela conta ainda que, no caso do NEO, tudo foi planejado do início. Como a proposta não era de uma formação tradicional, o CESAR reuniu pessoal de engenharia, de design, de educação, e passou dois meses concebendo a formação. Daí surgiu a metodologia Educação 3.0 , utilizada para capacitar  375 educadores do Estado pernambuco . em ferramentas e técnicas com foco em desenvolver projetos e planos de ação que auxiliassem e/ou facilitassem o acesso dos jovens ao mercado de trabalho. Uma jornada de 80hs combinando presencial, atividade remota, acompanhamento online e acompanhamento presencial .

Tudo norteado pelo pilar da sustentabilidade: a formação terminaria, mas a inovação metodológica deveria permanecer e se disseminar nas redes de ensino. Foi quando nasceu a figura do professor multiplicador. A equipe envolvida refletiu que era, sim, viável, no universo de 375, pinçar cinco, seis ou sete professores que se tornassem multiplicadores da rede, mantendo o projeto vivo.

“E aí a gente desenhou uma jornada de 40 horas semanais - uma semana inteira com eles imersos aqui. Eles tiveram módulos que vão desde gestão de projetos até design, metodologias ativas, PBL (sigla em inglês para Aprendizagem Baseada em Problemas) e  contextual learning”. O NEO envolveu professores de todo o Estado, em cursos nas cidades do Recife e de Caruaru e criou sistemáticas para acompanhamento posterior. O Instituto Aliança, como Agência Executora do projeto contratou o CESAR como parceiro para essa formação de educadores.

Economia digital para conquistar

Quando a Fundação Banco do Brasil procurou o CESAR, tinha uma problemática a resolver: criar meios para promover a inclusão juvenil no mercado e economia digital nas cinco regiões brasileiras. “Ainda está em andamento, ele é longo e desafiador”, destaca Marcela Cox.

A ideia, então, é a inserção juvenil na economia digital e a criação de situações tão envolventes (e convincentes) que sejam capazes de minimizar a evasão. O foco são as adolescentes de 14 a 17 anos e a empregabilidade é um dos motes.

Foi então que o CESAR visitou as cinco regiões-alvos e começou o projeto pelo Nordeste e pelo Sul. No primeiro, o diagnóstico indicou interesses para a área de produção audiovisual; no segundo, desenvolvimento de aplicativos. E assim o projeto segue.

“A premissa é um projeto escalável para as cinco regiões, dentro de suas realidades. A gente, então, está desenvolvendo cursos de ensino à distância e cursos que são autocontidos, que não precisam de um tutor. O aluno vai sozinho”.

O formato traz o espírito do CESAR, que entende que tão necessário quanto a técnica é desenvolver competências socioemocionais, fundamentais para que essas crianças e jovens se insiram no mercado de trabalho, desenvolvendo projetos, trabalhando habilidades técnicas, a concentração, o trabalho em equipe.

Pernambucoders

Cinco atores se envolveram no projeto batizado como Pernambucoders: o CESAR, o Porto Digital, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a Softex e o Governo do Estado de Pernambuco. Uma rede que garantiu recursos e execução.

O projeto atendeu, por dois anos, alunos dos 8° e 9° anos do Ensino Fundamental 2 e dos 1° e 2° anos do Ensino Médio de escolas públicas. “No Pernambucoders, o CESAR formava alunos da Rural para serem tutores de pensamento computacional dentro das escolas. Fizemos todo o acompanhamento e o Clube de Programação, como chamávamos, era no contraturno das escolas”, relembra Marcela Cox.