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Veja dicas de História Geral e do Brasil para a prova do Enem

Tatiana Notaro
Tatiana Notaro
Publicado em 04/01/2021 às 14:30
era vargas FOTO:

No domingo, 17 de janeiro, começa o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para os quase 5,8 milhões de inscritos em todo o País. Neste primeiro dia, os candidatos farão provas de Redação, de Linguagens, códigos e suas tecnologias e de Ciências Humanas e suas tecnologias. E na reta final, o Blog do Enem traz dicas dos professores Sérgio Salles e Filipe Domingues, ambos do Colégio GGE, para ajudar você a fazer uma excelente prova.

Estatisticamente, entre as 45 questões de Ciências Humanas, as relacionadas a História geralmente predominam. No entanto, o professor Salles lembra que a interdisciplinaridade é uma das características da prova do Enem: a mesma questão pode, por exemplo, envolver história, geografia e sociologia. “Ou seja, o aluno tem que ter uma base de todas, ou não consegue responder”.

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História do Brasil

Segundo Sérgio Salles, o Enem tende a explorar mais questões de História do Brasil, principalmente acontecimentos mais recentes, do século 20. Entre os assuntos mais recorrentes, ele destaca:

Escravidão no Brasil - “Tanto no Império quanto no Brasil Colônia. Bom lembrar que o ano de 2020 foi muito marcado por protestos antirracistas, tanto nacional como internacionalmente. Esse tema pode ser abordado com relação à escravidão, através da chegada dos primeiros negros escravizados ao Brasil, o processo do tráfico de pessoas e o cotidiano escravagista aqui. O fenômeno do ‘escravo de ganho’, que era aquele que tinha certa autonomia, que recebia dinheiro e podia comprar a sua própria alforria”.

Escravidão no Brasil é um dos temas abordados na prova de história do Enem | Imagem: Reprodução/ Jean-Baptiste Debret

Primeira República - “A fase inicial da Proclamação da República, a Política Café com Leite, coronelismo, voto de cabresto, aliança, além dos movimentos que marcaram essa fase: a Guerra de Canudos, a Revolta da Chibata (que completa 110 anos em 2020). Atenção redobrada para a Revolta da Vacina, porque estamos tendo uma movimentação muito grande por causa da pandemia, e existe o debate sobre a vacina. Já vivemos uma realidade semelhante no Brasil, quando o Estado agiu de maneira arbitrária, não exercendo um papel de explicação, do porquê de se deixar vacinar. Os boatos eram que a vacina da varíola viria para matar a população mais pobre do Rio de Janeiro".

Gripe Espanhola - “A Gripe Espanhola chega ao Brasil pelo Recife, onde atraca a primeira embarcação, Demerara, vinda de Liberpool, que trouxe os primeiros infectados. A partir daí, começou uma pandemia marcante, entre 1918 e 1919".

Salles lembra que dois temas muito recorrentes - Era Vargas e Ditadura Militar - não caíram na prova do ano passado. “Aliás, em vestibulares em geral sempre são muito recorrentes, mas não foram cobrados na prova do Enem de 2019. No entanto, estatisticamente, estão sempre presentes. Sabemos que o governo federal não vê com bons olhos questões que abordem essa temática e veem nela um fundo ideológico”, pondera o professor.

“Acredito que, caso a prova venha a cobrar, aborde um lado ‘positivo’. Nesse aspecto, o que houve, se é que é positivo, é que o Brasil viveu um crescimento econômico significativo”, explica.

História Geral

Já para as questões que abordam História Geral, o professor Filipe Domingues, do Colégio GGE, elenca, entre os temas mais recorrentes, questões ligadas à cidadania grega e à cultura greco-romana. Além disso, o cristianismo na Idade Média, a formação do Estado moderno e as revoluções burguesas. “Podemos citar ainda a corrida imperialista, as 1° e 2° Guerras Mundiais, o Nazifascismo e a Guerra Fria, com ênfase no século 20”, detalha.

Segundo Domingues, nas questões de História Geral, o erro mais recorrente no Enem é o anacronismo. “É não respeitar o contexto histórico em questão. A prova de História não é mais decorativa, requer hermenêutica e valoriza a interpretação”. Para esta reta final, o professor recomenda a resolução de questões e solução das últimas dúvidas. “É preciso manter a tranquilidade e saber que vai fazer uma boa prova, que vai contemplar, tanto no SSA [Sistema Seriado de Avaliação, da Universidade de Pernambuco] quanto no Enem, os assuntos que foram vivenciados em nossas aulas no GGE”.