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Ensino híbrido veio para ficar - e se adaptar

Tatiana Notaro
Tatiana Notaro
Publicado em 21/01/2021 às 13:52
Ensino híbrido | Ilustração: Chenspec/ Pixabay
Ensino híbrido | Ilustração: Chenspec/ Pixabay FOTO: Ensino híbrido | Ilustração: Chenspec/ Pixabay

Na educação, os efeitos da pandemia da covid-19 serão irreversíveis. E a experiência das aulas remotas será parte da rotina em muitas instituições, compondo a grade de cursos até então presenciais. O modelo híbrido e suas vantagens passam a se aliar ao presencial e a seus pontos fortes. O resultado são ganhos no processo de aprendizagem e mais facilidade e segurança no dia a dia.

O Centro Universitário Tiradentes (Unit-Pernambuco) é uma das instituições que já oferecem o modelo híbrido em 2021. Segundo Diogo Galvão, pró-reitor acadêmico da Unit-PE, a partir deste primeiro semestre, os primeiros períodos de todos os nossos cursos de graduação contam com disciplinas remotas em suas grades.

“A partir daí, vamos expandindo. Vamos trabalhar com o limite previsto de 40% para disciplinas a distância”, explica.

 

Diogo Galvão, pró-reitor da Unit Pernambuco | Foto: Jailton Júnior/JC360

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Para Galvão, a pandemia deixou claro que todas as instituições de ensino precisam mudar. “Em poucas semanas, todo mundo teve que se adaptar para atender à urgência. Nós, em paralelo, fizemos o projeto de implantar disciplinas híbridas, na plataforma de educação a distância”, diz o pró-reitor da Unit. Neste ambiente, serão disponibilizados vídeos, textos e todos os demais conteúdos das disciplinas.

A sala de aula passa a ter outro papel: o professor deixa de ser o agente de uma aula expositiva e passa a ser o mediador de um debate. É o modelo de “sala de aula invertida”. “Deixamos de lado uma ‘educação de backup’ e passamos a uma educação baseada em fatos e com o melhor que os dois ambientes podem oferecer”, argumenta.

EaD é EaD

No entanto, é importante deixar claro que o modelo aplicado emergencialmente por causa da pandemia não é, de fato, o formato de Educação a Distância (EaD). Trata-se da replicação do modelo presencial, sem grandes alterações, a uma plataforma online.

O EaD tem seus próprios recursos. Desta forma, ao propor este formato ou o híbrido, uma instituição comprometida com o processo de aprendizagem precisa garantir que a formação dos professores contemple o método.

Assim, na Unit-PE são usadas metodologias como a Problem Based Learning (PBL) - a aprendizagem baseada em problemas. Nela, os alunos lidam com problemas e questões reais em seu dia a dia acadêmico.

“Estamos trabalhando também com o conceito do ‘lab’, colocando a mão na massa, além do laboratório maker. Sabemos que não podemos retornar ao modelo analógico de antes da pandemia, a tecnologia precisa ser parceira. Ela não tem o papel de substituir os professores, mas de ser uma ferramenta crucial para um docente preparado. Afinal, alunos estão sempre ligados”, comenta Galvão.

Mudanças

O pró-reitor conta que a Unit-PE fez uma pesquisa para identificar grupos que melhor se adaptaram ao modelo virtual para chegar ao formato híbrido que melhor unisse esses dois mundos. Criou-se um híbrido que une curadoria, disponibilidade de materiais e um acompanhamento mais efetivo, que resultam em uma melhor aprendizagem.

E Galvão ressalta que a grande questão não é só implantar e oferecer mudanças, mas ter certeza de que elas estão alinhadas aos anseios dos alunos e que eles próprios têm seus projetos de vida bem traçados.

“Trabalhamos a preparação desse aluno para que ele encontre o significado que busca dentro da faculdade. Muitos chegam sem saber o que pode acontecer neste ambiente acadêmico. Então, temos um trabalho com o Unit Carreiras para alinhar isso e para ter certeza de que estamos falando de um modelo novo, que atende a um novo mercado”.